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A VERDADE SOBRE O ADOÇANTE ESTÉVIA | Propaganda enganosa ou super saudável?


Existem muitos adoçantes disponíveis no mercado, dentre eles o aspartame, a estévia e o xilitol.
E um deles vêm chamando a atenção das pessoas pelas suas propriedades curativas e por parecer mais saudável: a estévia,  um adoçante de origem natural.

A estévia não tem calorias, adoça de 150-350 vezes mais do que o açúcar e ajudaria a controlar a glicemia em pacientes diabéticos e pré-diabéticos. Porém, será que tudo isso é verdade? Será que a estévia é mesmo mais saudável do que os adoçantes convencionais? E mais: será que a estévia não estaria colocando a nossa saúde em risco, principalmente em pessoas que fazem uso dela correntemente?

Veja o vídeo para descobrir o que a ciência descobriu sobre a estévia





Estévia: o que é?



Primeiro de tudo, vamos entender o que é a estévia comercializada no mercado. A estévia é produzida através das folhas da planta Stevia rebaudiana, nativa do Paraguai, Brasil e Argentina. É usada há séculos pelos indígenas destas regiões para adoçar o mate e tratar enfermidades.
Foi comercializada primeiramente no Japão, na década de 70 em seu estado puro, não purificado. No começo dos anos 90, começou a ser comercializada nos EUA e continha um gosto amargo, pois seus extrato não era 100% puro, contendo taninos e outras substâncias que deixavam um gosto amargo na boca.



Atualmente, na maioria dos casos, a estévia é na verdade a combinação de substâncias isoladas da planta Stevia rebaudiana, chamadas de glicosídeos de esteviol. Estes glicosídeos não são digeridos pelo ser humano e só são metabolizados pela nossa microbiota no cólon. Quando metabolizados, 
resíduos destes glicosídeos são absorvidos e excretados via urina em humanos. É um adoçante sem calorias. Diversos estudos mostraram que os glicosídeos de esteviol são seguros para consumo humano, desde que estejam purificados e isolados.



Basicamente, estudos mostraram que o uso de glicosídeo de esteviol por pacientes diabéticos e por pacientes acima do peso, ajudou estes pacientes a controlar a glicemia pós-prandial (pós alimentação) e a reduzir o consumo de alimentos energéticos, regulando o apetite. Não existem evidências conclusivas de que o consumo destes adoçantes faça com que a pessoa aumente seu desejo por alimentos açucarados ou que ocorra uma compensação de energia com maior consumo de alimentos. A verdade é que o uso da estévia ajudou pacientes obesos a controlar melhor seu peso e a perder peso.

Estévia: há contraindicações?



Apesar das vantagens e da segurança no uso da estévia, existem alguns estudos que apontam que o uso de estévia poderia alterar a nossa microbiota e até causar infertilidade. Vamos agora entender se a estévia tem um lado sombrio. Alguns estudos mostraram que o uso do extrato cru da folha de estévia foi associado a problemas de fertilidade em ratos. Ocorreu uma diminuição da produção de testosterona após 90 dias de uso do extrato das folhas (Melis et al., 1999). Porém, é importante lembrar que estes resultados foram achados para o extrato da folha e não para o extrato dos glicosídeos. Os glicosídeos são considerados seguros e não houve relatos de problemas de infertilidade para com eles.



Também queria dizer que tudo em excesso faz mal, o que é o caso da estévia também. O uso excessivo de glicosídeo de esteviol  pode levar a problemas nos rins, problemas metabolicos e aumento da mortandade, mas somente se doses muito altas forem ingeridas (Toyoda et al., 1997). O limite atualmente utilizado é de 4 mg de glicosídeo de esteviol puro por quilo e por dia, ou seja, se eu peso 50 quilos, eu teria que usar 200 mg ou 0,2 gramas de adoçante esteviol por dia para exceder o limite. Por fim, existem novas evidências de que os glicosídeos de esteviol modificam a nossa microbiota intestinal, impedindo que certas espécies de bactérias, que convivem conosco, se reproduzam (Wang et al., 2018). Isso pode ser um problema se a estévia for usada a longo prazo, porém estes estudos são bem recentes e novos estudos precisam ser feitos.



Ou seja, existem prós e contras da estévia. Se tomada na quantidade correta e somente na forma de glicosídeo de esteviol, a estévia pode ser um substituto interessante para pessoas com diabetes do tipo 2 e que querem perder peso.

Referências bibliográficas usadas no texto e vídeo

1) Carakostas, M. C., Curry, L. L., Boileau, A. C., & Brusick, D. J. (2008). Overview: the history, technical function and safety of rebaudioside A, a naturally occurring steviol glycoside, for use in food and beverages. Food and Chemical Toxicology, 46(7), S1-S10.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691508002342
2) Abbas Momtazi-Borojeni, A., Esmaeili, S. A., Abdollahi, E., & Sahebkar, A. (2017). A review on the pharmacology and toxicology of steviol glycosides extracted from Stevia rebaudiana. Current pharmaceutical design, 23(11), 1616-1622.
Disponível em: https://www.ingentaconnect.com/contentone/ben/cpd/2017/00000023/00000011/art00006
3) Magnuson, B. A., Carakostas, M. C., Moore, N. H., Poulos, S. P., & Renwick, A. G. (2016). Biological fate of low-calorie sweeteners. Nutrition reviews, 74(11), 670-689.
Disponível em: https://academic.oup.com/nutritionreviews/article/74/11/670/2281652
4) Samuel, P., Ayoob, K. T., Magnuson, B. A., Wölwer-Rieck, U., Jeppesen, P. B., Rogers, P. J., ... & Mathews, R. (2018). Stevia leaf to Stevia sweetener: Exploring its science, benefits, and future potential. The Journal of nutrition, 148(7), 1186S-1205S.
Disponível em: https://academic.oup.com/jn/article-abstract/148/7/1186S/5049670
5) Melis, M. S. (1999). Effects of chronic administration of Stevia rebaudiana on fertility in rats. Journal of ethnopharmacology, 67(2), 157-161.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378874199000811
6) Toyoda, K., Matsui, H., Shoda, T., Uneyama, C., Takada, K., & Takahashi, M. (1997). Assessment of the carcinogenicity of stevioside in F344 rats. Food and Chemical Toxicology, 35(6), 597-603.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691597000239
7) Wang, Q. P., Browman, D., Herzog, H., & Neely, G. G. (2018). Non-nutritive sweeteners possess a bacteriostatic effect and alter gut microbiota in mice. PloS one, 13(7), e0199080.
Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0199080
8) Nettleton, J. E., Klancic, T., Schick, A., Choo, A. C., Shearer, J., Borgland, S. L., ... & Reimer, R. A. (2019). Low-Dose Stevia (Rebaudioside A) Consumption Perturbs Gut Microbiota and the Mesolimbic Dopamine Reward System. Nutrients, 11(6), 1248.

Disponível em: https://www.mdpi.com/2072-6643/11/6/1248

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