O Manifesto Pelo fim do Dinheiro.
Precisamos voltar às origens. Fonte |
Quem detém
os meios de produção aluga nossa mão de obra para gerar ainda mais poder, pois
nosso trabalho não é trocado pelo valor real dele, mas por um valor menor,
ficando o que sobra (a mais valia) para o detentor dos meios de produção. Assim,
o problema da sociedade em si é a apropriação dos meios de produção, afinal se
todos tivessem como produzir, ninguém precisaria alugar sua mão de obra e todos
teriam os bens nas quantidades que necessitam.
Fomos fadados a alugar nossa mão de obra sem os meios de produção. Fonte |
Mas como
voltar ao que era antes? Como evitar que a desigualdade continue se
multiplicando ainda mais e para as futuras gerações? Surge então o manifesto
contra o dinheiro. De acordo com os seus preceitos, as pessoas que abdicam do
dinheiro, têm como objetivo diminuir totalmente o consumo de inutilidades e,
com isso, não precisar mais trabalhar tanto para acumular uma grande quantidade
de dinheiro. Além disso, os bens necessários à sobrevivência são cultivados e divididos em terras adquiridas coletivamente
e a água é adquirida em nascentes.
Do que realmente precisamos? Fonte |
Em um
primeiro momento, a terra é obtida através dos meios comuns de nossa sociedade,
com a compra de propriedade privada, porém, ao invés dela ser usada como uma
ferramenta de exclusão, ela é usada como elemento de construção de um tipo de
sociedade que à longo prazo, deixa de consumir. Em um momento intermediário, as
necessidades inúteis são deixadas de lado e as necessidades que se mantêm são
obtidas por vias de produção e não de consumo, como pelo plantio dos próprios
alimentos, produção de moradias coletivas e baratas, uso e reuso de materiais
da natureza para utensílios em geral. No caso do trabalho, trabalha-se menos,
pois a necessidade de dinheiro é menor. Assim, ganha-se tempo, um recurso
extremamente escasso na sociedade atual.
Investir nas futuras gerações. Fonte |
À curto
prazo, o tempo de sobra serve para a construção e melhoramento da sociedade
alternativa, mas à longo prazo, o tempo é transformado em riqueza para as
futuras gerações e desenvolvimento humano. Artes, música, cultura, educação,
convivência com a natureza e o divino interior são algumas das coisas que
podemos fazer com o imenso tempo livre que temos, além de um desenvolvimento
mais prolífico da ciência e de tecnologias não excludentes e que beneficiem a
todos, incluindo outras espécies e o planeta como um todo.
Utopia?
Nada é utópico quando existe a possibilidade de que se torne realidade e as
sociedades sem dinheiro começam a se tornar cada vez mais comuns no interior do
Brasil e no mundo. Até então, elas ainda estão na fase intermediária em que
precisam manter um laço com a sociedade e utilizar recursos financeiros para
algumas necessidades, mas só o futuro diz o quão importantes elas serão para a
humanidade, se ela não se destruir primeiro.
Viver no paraíso e deixar a sociedade se
auto-implodir?
Trazendo do campo, a sabedoria para a cidade. Fonte |
Viver em comunidades
sem dinheiro é um desejo de muitas pessoas, mas sempre fica a dúvida de como
beneficiar a sociedade que ficou para trás. De fato, seria muito fácil se
fôssemos todos embora e deixássemos a sociedade de consumo se auto-implodir,
porém não é excludente fazer parte de uma sociedade anti-consumista e auxiliar
a sociedade de consumo de alguma maneira ou outra a se melhorar. Assim, muitas
pessoas mantém um pé em cada local, tentando trazer para a cidade tecnologias
de bioconstrução e agricultura urbana, técnicas de comunicação não-violenta, bio-transporte
e tantas outras formas de viver sem consumir em excesso. Assim, acredito que
seja possível, pelo menos nesta fase intermediária, auxiliar em ambos os locais
e tanto desenvolver-se plenamente, como também ajudar a cidade a se libertar.
Para saber mais:
“The
moneyless Manifesto” é um livro escrito por Mark Boyle, um dos precursores da
geração de ecovilas livres. Ele tenta fazer de suas ações o que acredita e por
isso saiu da cidade rumo ao campo, passando a viver totalmente sem dinheiro por
vários anos. Atualmente, ele disponibiliza uma versão de seu livro
gratuitamente em sua página e só cobra pela versão impressa. Vale muito à pena
ler para saber mais sobre como viver sem dinheiro e todos os benefícios que
isso pode trazer à sociedade.
Acesse a página clique aqui
Clique abaixo para baixar o livro (inglês)
Clique abaixo para baixar o livro (inglês)
Autora: Camila Gomes Victorino
Gostou desta postagem? Ajude a divulgar o blog e seja um seguidor!
Labels
PERMACULTURA
Post A Comment
6 comentários :