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Urina Para Gerar Eletricidade? – Sim, é possível!

Por: Camila Gomes Victorino

Quatro meninas africanas da Nigéria desenvolveram um protótipo de
gerador a base de urina, provando que a África é muito mais do que
a mídia mostra. Fonte: Forbes
A África é conhecida como o continente perdido, uma civilização que não deu certo ou uma terra repleta de conflitos e pobreza. Esta é uma visão errada, mas é também uma visão que é comumente veiculada pelos principais meios de comunicação. De fato, em parte, esta visão é promulgada para fazer com que as pessoas se sintam impotentes perante a África e não lutem contra medidas repressoras de multinacionais para com seu povo. Assim, esquecemos dela, pois é um caso perdido, e deixamos com que muitas corporações e governos de países desenvolvidos continuem oprimindo seu povo incessantemente.

A África é ainda um continente cheio de cicatrizes, mas um turbilhão de
inovação está mudando a sua cara. Cena do filme "Hotel Ruanda".
Fonte: EC
O filme “O jardineiro fiel” é um clássico sobre os problemas que a África enfrenta com políticas de direitos humanos e toca no tema do uso não consentido de pessoas em testes para farmacêuticas; outro aclamado filme é “Hotel Ruanda”, contando a história do massacre de Ruanda e deixando clara a responsabilidade dos países desenvolvidos no conflito. Apesar destes filmes, entretanto, ainda se continua a reiterar uma África tribal e miserável, o que não é verdade. A África possui grandes cidades e também grandes pensadores e hoje resolvi apresentar algo que é duplamente fascinante: a história de meninas que inventaram um gerador de eletricidade a base de urina para sua comunidade.

As quatro meninas da Nigéria não contribuem apenas com sua invenção, mas
desestruturam a imagem preconceituosa da mulher negra na sociedade.
Fonte: Afronline
O fato é duplamente interessante já pelo motivo de que se imagina uma África desescolarizada e por outro lado, mostra-se uma África opressora para com as mulheres, porém – apesar disso existir – existem muitas exceções e muitas pessoas estão lutando para melhorar a qualidade de vida desta terra e não são os europeus, mas sim africanos conscientes.
Nesta fantástica história as personagens principais são quatro meninas nigerianas: Duro Aina Adebola, Akindele Abiola, Faleke Oluwatoyin e Bello Eniola, com aproximadamente quatroze anos, na época. As quatro meninas desenvolveram um gerador que produz eletricidade a base de urina. Ou seja, esta invenção poderia beneficiar várias comunidades carentes do mundo todo e ainda diminuir, senão extinguir, a necessidade de petróleo em pequenos geradores à gasolina e diesel de comunidades afastadas.

O gerador movido a urina poderia ser uma revolução junto a comunidades
modestas e ainda quebrar a dependência do petróleo. Fonte: Forbes
Segundo a revista Forbes, usa-se um litro de urina para geração de eletricidade por 6 horas. A urina é colocada dentro da célula eletrolítica, a qual separa o hidrogênio; o hidrogênio passa para um filtro de água para purificação e depois para um cilindro de armazenamento de gás; o hidrogênio então passa para outro cilindro repleto de bórax, o qual tem a função de retirar qualquer resíduo de umidade do hidrogênio; o hidrogênio, então vai para um gerador e gera a eletricidade. Para evitar explosões, as meninas ainda desenvolveram um sistema de válvulas de única direção, evitando que o hidrogênio volte e cause explosões. 

Urina é energia, você sabia? Na foto: "Carregue seu celular aqui.
'Chamado da natureza...'". Fonte: Shoutoutuk
De acordo com a pesquisadora Geraldine Botte, da University of Ohio, o gerador inventado pelas meninas ainda não consegue produzir mais energia do que a energia gasta para separar o hidrogênio da urina, entretanto, isto não invalida a intenção e ação das meninas de desenvolverem uma tecnologia que se adéqua às necessidades de sua comunidade (blecautes são comuns na Nigéria). Por fim, o projeto em que Botte está envolvida pesquisa estratégias de purificação da urina em água potável, a qual gera como sub-produto o hidrogênio que poderia ser utilizado como fonte de energia. Segundo a pesquisadora, se a urina de 22.000 estudantes da universidade fosse purificada, seria possível produzir eletricidade suficiente para aproximadamente 100 a 150 residências para um ano todo.

Um mundo sem petróleo é possível. Fonte: CorporateGreedCronicles
A verdade é que o uso de petróleo parece ser muito mais político do que tecnológico (leia o post sobre o documentário “Quem matou o carro elétrico" para saber mais”). Estamos destruindo nosso planeta e única morada por conta de interesses e desejos espúrios de uma pequena parcela da humanidade que se beneficia da venda do petróleo e do consumismo desenfreado que se alia ao plástico, também fruto do petróleo. Assim, é importante considerar todas estas iniciativas que demonstram que até da urina nós conseguimos obter energia. Quem sabe um dia viveremos em uma sociedade em que tudo se aproveita, mas enquanto este momento não vem, vamos lutar mudando nossos hábitos violentos e anti-ecológicos para mudar o rumo nocivo que a nossa sociedade está levando.

Paz!



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