A Obsolência Programada e a Farsa dos Direitos do Consumidor
Por: Camila Gomes Victorino
Lâmpadas não precisariam queimar com tanta facilidade, mas são fabricadas para quebrar. Fonte: Dicas Em Eletricidade |
É muito comum que algumas situações já tenham acontecido com
você: comprar uma roupa e notar que ela já estava rasgada; comprar um produto e
notar que ele quebrou em uma semana ou soltou uma peça; notar que a bateria de
seu novo celular dura pouco e se torna viciada logo um pouco depois de acabar o
prazo de garantia. Todas estas situações e muitas outras são cada vez mais
comuns em nosso dia a dia e o pior é que mesmo que compremos de marcas mais
caras, isso ainda acontece, pois de fato, não é coincidência, é estratégia de
venda.
Antigamente uma geladeira durava mais de vinte e cinco anos.
Atualmente, muitas quebram em cinco a sete anos. Máquinas de lavar duravam
décadas, mas em cinco anos já temos que reparar ou comprar outra. O mais
interessante é que o reparo em si torna-se cada vez mais obsoleto e mais e mais
pessoas são incentivadas – pelo preço, geralmente – a comprar um aparato novo,
mas por que tudo isso ocorre? Será que não temos conhecimento tecnológico para
produzir melhores produtos ou será que as empresas oferecem soluções menos
viáveis para forçar o consumidor a comprar mais e mais?
No documentário “A obsolência programada” explica-se como as
empresas passaram a desenvolver produtos com qualidade cada vez mais duvidosa, de
modo a manter o fluxo de lucros constante. Mais alarmante: o documentário
mostra como algumas invenções, como uma lâmpada que dura 25 anos, ou até
automóveis, foram escondidos por grandes companhias para impedir que o consumidor
deixasse de consumir seus produtos.
A obsolência programada gera tanto lixo que Europa e EUA precisam exportar (ilegalmente) seu lixo para países de Terceiro Mundo. Fonte: UPF |
Atualmente a obsolência programada é prática comum da maioria
das empresas e é naturalmente ensinada em escolas de engenharia e design, com o
objetivo de educar os novos inventores para a produção de produtos de baixa
qualidade. Há quem diga que isso é importante para movimentar a economia e
gerar trabalho, mas este argumento esconde o fato de que o trabalho gerado é um
trabalho inútil e que gera produtos inúteis, ou seja, o dinheiro recebido por
esta mão de obra servirá para comprar produtos não necessários, em sua maioria,
os quais não precisariam ser comprados se sua qualidade não fosse duvidosa.
Mais: muitos dos produtos produzidos atualmente,
principalmente em informática, possuem chips que impedem a máquina de funcionar
após um determinado ciclo de tempo, ou seja, a manipulação chega a um extremo
da própria companhia impedir o consumidor de usar um produto que deveria
continuar funcionando.
A obsolência programada produz lixo e aliena o consumidor. Fonte:LaconUERJ |
Acredito que assistir este documentário nos abre os olhos
para a grande manipulação que sofremos nesta sociedade. Nós acreditamos que
precisamos trabalhar para comprar bens necessários e vendemos nossa mão de obra
para tal, sem nos dar conta que as necessidades foram produzidas.
O documentário está na íntegra no Youtube e vale a pena ver,
pelo seu conteúdo teórico e histórico, mas também pelo exemplo da impressora
que é literalmente programada para parar de funcionar. Por fim, vale a pena
abrir os olhos para a destruição ambiental que esta lógica social está
causando.
Quer saber como se libertar da lógica do consumo? Conheça
nossa sessão “AUTO-SUFICIÊNCIA” e comece já a se livrar das inutilidades que a
sociedade nos impõe.
Veja trailer do
documentário abaixo
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