Dica de filme | Zen, a vida do mestre budista Dogen
Por: Site Pensando ao contrário
No filme Zen conta-se a história deste importante mestre; o
porquê de sua necessidade de seguir o caminho divino; suas dificuldades; sua
iluminação e sua missão de propagar a filosofia da compaixão não somente junto
aos monges, mas junto às mulheres, sendo o primeiro mestre a re-inserir o
direito das mulheres a seguirem como monjas o caminho espiritual.
Zen, uma lição de vida do começo ao fim. Fonte: GnosisPortugal |
Iluminar-se é o ato de alcançar a supra consciência e
misturar-se com ela, atingindo o objetivo supremo de todo ser humano. É assim
que muitos tratados místicos afirmam que somente o ser iluminado é capaz de
desenvolver e propagar a verdadeira compaixão e verdadeira ajuda para seres
necessitados, já que apenas o super-consciente pode compreender o significado
do bem e do mal. Sendo um caminho tão importante para o ser humano, a trilha
para a iluminação, ou também denominada de senda divina, é um caminho árduo
porque demanda esforço, e portanto, muitas vezes, necessita de mestras ou
mestres que nos auxiliem a completar o caminho. Mestre Dogen foi um destes
homens, que desde pequeno procurou responder as chamadas perguntas proibidas da
era científica – de onde viemos, o que somos nós, para onde vamos -,
descobrindo na senda divina, suas respostas, as quais obteve após iluminar-se.
Em uma época em que o budismo vivia no Japão algo parecido com o que vive hoje
o cristianismo, Mestre Dogen teve a importante missão de re-fundar e re-propagar
os verdadeiros ensinamentos de Buda, os quais foram propositalmente esquecidos
ou distorcidos para justificar a violência, a luxúria e todo tipo de opressão
da casta monástica para com mulheres, crianças e pessoas oriundas das classes
mais baixas.
Antes de mestre Dogen, mulheres não podiam seguir a vida monástica no Japão. Fonte: Awaken Budhist Women |
Além da fotografia maravilhosa, mostrando China e Japão, e
da história cheia de lições de vida que não paramos de refletir após mais de
uma semana depois de ver o filme, Zen, abre-se a discussão sobre o julgamento
humano em relação aqueles que “pecam” e sobre os direitos femininos no Japão de
1200.
É assim que o filme introduz a história de Kisagotami, uma das mestras
iluminadas, discípulas de Buda, pouquíssimo conhecida das pessoas.
A história de Kisagotami passa-se realmente com Sidarta, porém sua introdução no filme nos faz refletir sobre as questões de gênero, envolvendo as religiões. Fonte: What Buddha Said |
Apesar dela não ter feito parte da história de Mestre Dogen,
Kisagotami é inserida no enredo sob a forma de uma prostituta, que abandona seu
caminho após receber ajuda do mestre Dogen para com seu filho recém-nascido
falecido. Sua história é contada em paralelo a do mestre, colocando em questão
a presença feminina no misticismo, extremamente empobrecida. No filme mostra-se
claramente que as mulheres estão excluídas do caminho da senda, não só porque
não possuem direitos de ir e vir como o homem, mas pelo fato de que o próprio
homem (mesmo monges) reprova a conduta daquelas que vão além das restrições
sociais impostas à mulher.
Depois de ver este filme, não só conheci a verdadeira história
de Kisagotami, como também pude descobrir outras infindáveis mestras que passam
pelo nosso caminho totalmente despercebidas.
No final, é importante a lição do filme sobre os papeis de
gênero, mas também sobre a compaixão e como o desprendimento material pode nos
ajudar a auxiliar outras pessoas, como a história do mestre Dogen, que mesmo
sendo um único ser, reestruturou a história de todo budismo no Japão, trazendo
nova força para a compaixão humana.
Para conhecer a
história verdadeira de Kisagotami, clique em: História ao contrário - Kisagotami - a mulher que enfrentou a morte.
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