Muito Mais que Tubarões
Por: Camila Arvoredo
Este texto é uma homenagem aos meus amigos animais, porque apesar de muitos não compreenderem, quando passamos a vê-los como irmãos, não podemos mais voltar atrás. Espero de coração que a humanidade se conscientize de quão especiais são todas as espécies do planeta e de como a vida é rara neste universo para ser jogada fora pelo prazer do paladar, da vaidade ou da diversão.
Criança pega carona com Tubarão em Sulawesi, Indonésia. Apesar de muitos odiarem e verem tubarões como monstros, a maioria das espécies não apresenta risco ao ser humano. A fama de assassino e práticas de pesca colocaram as espécies de tubarão como as mais ameaçadas do planeta. Fonte: Brainstorm9 |
Nos anos 80 um famoso filme dirigido por Steven Spielberg,
chamado “Tubarão”, seria um dos responsáveis, nos anos subseqüentes, pela
absurda matança das espécies de tubarão ao redor do mundo. Apesar dos tubarões
serem animais temidos por várias comunidades, o filme viria a propagar a falsa
ideia de que as espécies de tubarão são máquinas de matar, tendo particular
apetite por sangue humano.
Atualmente diversas ONGs tentam educar a população e limpar
a bagunça que este filme causou na mente das pessoas, incentivando o
conhecimento das diferentes espécies, sendo algumas até vegetarianas, como o
tubarão baleia. E apesar do trabalho ser árduo, pois desde pequenos aprendemos
a temer estas espécies, ao vê-las sempre como vilões, a maior ameaça contra
estes animais ainda é a famosa sopa de barbatana.
Quantos tubarões mortos para sentir o prazer da sopa? Quanto sofrimento e devastação pela sopa de barbatana de tubarão? Fonte: Vietbao |
Aqui no Brasil não é costume comer sopa de barbatana de
tubarão, mas na Ásia o hábito é tal que barcos japoneses, na maioria dos casos,
entram até mesmo em santuários ecológicos da Polinésia para pescar os animais.
Nos jornais nós costumamos ver a luta entre estes navios
pesqueiros, sedentos por lucro, e a Associação “Sea Sheperd”, que não luta apenas
pelas baleias, mas também pelo direito de toda a vida marinha. Imediatamente,
para os mais sensatos, sentimos raiva dos navios pesqueiros, que tanto mal
fazem ao ecossistema, mas, tanto a mídia, como nós mesmos, tendemos a esquecer
um dos principais responsáveis por esta matança: os consumidores. Afinal, se há
oferta é porque deve haver procura e pasmem: a procura por barbatana de tubarão
é imensa.
E se arrancassem suas pernas e braços e o jogassem de volta ao mar? Fonte: Lanchaarare |
Realmente não sei o que se passa na mente destas pessoas,
que tendo tamanha variedade de opções de alimentos (inclusive vegetais), ainda assim
financiam uma das maiores crueldades contra a vida, apenas para saborear um
prato diferente! Puro egoísmo, a meu ver, que não só os levará para o abismo,
mas também toda a espécie humana que destrói o planeta!
Na prática de finning, para a retirada das barbatanas, os
tubarões são pescados. Quando capturado, ele é imobilizado, ainda vivo, e suas
barbatanas são cortadas. Depois, como o resto do animal não tem serventia, o
tubarão é jogado vivo de volta à água. Vamos imaginar a cena: você está
nadando, alguém te pesca, tira seus braços e pernas e te devolve ao mar. Você
afunda até a areia e morre por perda de sangue, com muita dor, isso se não é
comido por outro animal, sem mesmo poder se defender. Sim é isso o finning! Uma
das maiores criatividades da mente diabólica do ser humano e tudo para servir
os pratos dos avaros por diferentes sabores, de uma sopa de barbatana.
Sea Sheperd é uma associação que ajuda a conscientizar a população sobre o finning e o respeito aos tubarões. Fonte: SeaSheperd |
Aqui do Brasil, nós só podemos auxiliar ajudando a
organização “Sea Sheperd” a continuar fazendo seu trabalho contra esta prática
abominável, afinal imagino que quase nenhum leitor coma da sopa. Todavia, antes
que deixemos a leitura, podemos fazer muito mais pelas espécies de tubarões em
nosso país!
Saiba que um dos pratos mais procurados quando vamos à praia
é o famoso cação. O cação é um “peixe” muito apreciado por não apresentar
espinhos. De fato, isso ocorre porque o cação é um filhote, o filhote de
tubarão. Para alguns isso pode soar óbvio, mas se isso é descoberta recente, é
importante saber que quando se compra cação, está-se comprando a carne de um
tubarão filhote.
Nós podemos ajudar aos tubarões nos conscientizando de que o cação é o filhote do tubarão e parando de consumi-lo. Fonte: WilsonVeterinário |
Bem, é fato que tornar-se vegetariano, ou melhor vegano,
ajudaria e muito estes animais, pois ao contrário do que muitos pensam, nós não
comemos peixe! Peixes são criaturas com infinita sabedoria, própria de suas
espécies, capazes de sentir dor, de resolver problemas e de realizar
comportamentos que diminuam seu desconforto.
É possível que nenhuma espécie chegue a ser como a nossa em
lógica, mas mesmo que nós fôssemos tão melhores do que as outras espécies, eu
ainda me pergunto se esta inteligência não deveria ser utilizada para guardar o
planeta, do que para o crime contra ele, apenas por prazeres tão vis!
Tubarões são nossos amigos, não inimigos! Vamos assumir nosso papel de guardiões do planeta, ao invés de assassinarmos apenas por prazer! Fonte: Diga não ao finning Facebook. |
Se você não consegue ser vegetariano ou vegano ainda, este
blog vai lhe ajudar! Demora para começar a sentir compaixão pelos animais (ou
melhor, voltar a sentir, pois a perdemos na infância). Como para mim, tudo não
passou de um processo, em que fui descobrindo aos poucos os crimes que
cometemos contra cada uma das espécies que comemos, que usamos como roupa, que
obrigamos a nos entreter. O tubarão é uma dessas espécies, uma das espécies
mais judiadas, mais maltratadas e com maior perigo de extinção atual. Não é um
mamífero fofinho, não é um golfinho inteligente, mas, como nós, e qualquer
outro ser vivo, tem direito à dignidade e ao respeito, em detrimento de seu
nível intelectual ou de sua fama de assassino. Sendo assim, vamos abolir o
cação e vamos nos mobilizar como pudermos para acabar com esta prática atroz de
consumo de barbatanas de tubarão! Sem mais, só posso terminar o texto dizendo:
Diga não ao finning!
Compaixão: sentimento a ser explorado pelo ser humano. Fonte: G1 |
Paz!
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