Georges Sand – A Mulher Que Se Tornou Homem Para Escrever
Por: Camila Arvoredo
Amandine Aurore Lucile Dupin, mais conhecida como Georges
Sand foi uma das mais célebres escritoras de romances do século XIX francês.
Amandine era conhecida por seus ideais socialistas, seus textos políticos,
críticas literárias, contos e peças de teatro, o que não a fez parar por aí:
seus romances e sua vida política agitada foram precursores em dar voz às
personagens femininas, antes extremamente passivas, retratando nelas a opressão
do machismo de seu século e criticando duramente a sociedade pelo seu elitismo
e conservadorismo, escrevendo, inclusive, romances a favor dos pobres, da
classe operária e dos camponeses. A adoção de seu pseudômino masculino, Georges
Sand, foi em parte uma forma de criticar o preconceito da sociedade face às
mulheres independentes de sua época, adotando, aliás, vestimentas
masculinizadas como forma de provocação. De fato, Georges, como gostava de ser
chamada, mostrava sua rebeldia ao sistema através de seus próprios atos,
estando sempre presente nos círculos intelectuais masculinizados de sua época e
apresentando uma vida amorosa bastante agitada, tendo tido como amantes o poeta
Alfred de Mousset e o músico Fréderic Chopin. Não se curvava às críticas a sua
pessoa e por sua rebeldia, teve importante papel de incentivo para que outras
escritoras posteriores publicassem seus escritos sem medo.
Amandine tornou-se Georges para poder escrever sem que a questionassem pelo seu sexo. Fonte: Mtholyoke |
Sand esteve com Chopin por mais de dez anos e escandalizou a sociedade de sua época por sua vida amorosa agitada. Fonte: Wikimedia |
No meio da literatura, a partir do século XX, é comum
aprender sobre algumas escritoras mulheres, como Clarice Lispector ou Lígia
Fagundes Telles. Hoje, aliás, é bastante comum encontrar livros de autoras, entretanto,
durante muito tempo, a política, o jornalismo e a literatura foram restritos ao
universo masculino. Isso não intimidou mulheres escritoras a se manterem firmes
e escreverem seus textos, muitos, inclusive, questionando o papel social da
mulher como reprodutora e intelectualmente incapaz. É graças a elas, conhecidas
ou não por nomes masculinos, que a sociedade foi aos poucos percebendo o status
de escravidão sexual pelo qual a mulher passava.
Para serem reconhecidas, muitas outras mulheres se sacrificaram para conquistar o direito de escrever. Fonte: Minas de mim |
Assim, é importante sempre
lembrar destas heroínas, muitas das quais, colocaram suas vidas em risco. É
fato que algumas ficaram conhecidas, mas muitas, questionando o sistema através
de seus atos, foram queimadas pela inquisição e torturadas para que se
calassem.
Vamos relembrar sempre que a história que aprendemos nunca
pode ser considerada como a verdadeira história. Esta é a história de uma elite
que muito ardilosamente apagou os negros, as mulheres, os pobres e todos
aqueles que fizeram a real história.Vamos sempre desconfiar quando percebermos
que está faltando um pedaço da humanidade em uma história e talvez até mesmo
refletir sobre o real papel de autoria que alguns autores tiveram. Foram eles
mesmos que inventaram algo, ou será que há mais história do que se quer
aparentar?
Paz!
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