Rani Lakshmibai – Guerreira e Líder pela Independência da Índia
Por: Camila Arvoredo
Rani Lakshmibai foi uma das maiores líderes do movimento de independência da Índia. Fonte: Jagra |
Muitos homens, evidentemente, aparecem nos textos, mas a
maior de todos eles foi Rani Lakshmibai, considerada pelos próprios ingleses da
época como a mais perigosa de todos os líderes indianos.
Rani nasceu em uma casta da elite indiana e casou-se com o
marajá de Jhansi. Devido à morte de seu marido, a Companhia Britânica das
Índias Orientais apossou-se de sua terra, alegando ilegitimidade do herdeiro, o
qual havia sido adotado.
Por algum tempo, Rani foi favorável aos ingleses, mas
acabou por rebelar-se contra seu poderio, juntando grandes exércitos a seu
comando. Rani, desde pequena, aprendera a montar a cavalo e empunhar a espada,
educação muito peculiar para as mulheres da época e de hoje. Graças a seus
conhecimentos, venceu várias batalhas contra a opressão inglesa, até falecer em
sua ultima derrota. Atualmente, muitas estátuas de Rani se espalham pela Índia
e é peculiar pensar sobre como a existência de uma personagem tão atípica na
história indiana não tenha melhorado a conscientização desta sociedade acerca
da libertação da mulher.
Rani, desenhada, empunhando a espada. Fonte: wikipedia |
O que é mais interessante na história de Rani é o fato de
ter se tornado uma grande guerreira, comandante e estrategista militar. Não é
de hoje que as mulheres são vistas como pouco capazes de pensar
estrategicamente e de liderar batalhas. Temos o exemplo de Joana D’Arc, mas ela
não foi a única e fica claro que a educação é capaz de gerar qualquer tipo de
ser humano, seja ele homem ou mulher. Se Lakshmibai não tivesse tido a
oportunidade de ter uma educação tão atípica, as batalhas ganhas a favor da
independência da Índia, nunca teriam existido. Ademais, ela serve como exemplo
de que as características de docilidade do sexo feminino, tão comumente
afirmadas como biológicas ou místicas, não passam de estruturas culturais que
perduram há séculos e que fazem com que nós, pela força do hábito, tenhamos
preguiça de pensar na possibilidade de algo diferente. Torna-se assim,
biológico, toda uma série de comportamentos ditos femininos e outros ditos
masculinos. Mas, onde estará a verdade e a verdadeira natureza dos seres humanos? Bem, somente nós mesmos podemos dizer o que somos e Rani pode servir como exemplo para estimular a reflexão em homens e mulheres sobre a sua real natureza, afinal, ser dócil, limpa, bem comportada, sorridente e tímida são características místico ou biologicamente femininas?
Atualmente, a própria ciência gera trabalhos muitas vezes mal formulados sobre provas de que os papeis sociais de homens e mulheres são estabelecidos pelos genes. O controle comportamental através do discurso biológico pode ser muito perigoso para a liberdade. Fonte: Revista Galileu |
Ser agressivo, líder, ativo,
lógico e competitivo são características místico ou biologicamente masculinas?
Deixemos que a história prove o contrário. Deixemos que os
exemplos anômalos nos façam refletir sobre os moldes culturais que aprisionaram
nossa consciência! Somente assim poderemos perceber que aquilo que somos não
passa de produto social, mesmo que algumas das nossas características mais
intrínsecas, como o que é ser mulher ou homem tenham que ser demolidos para dar
nova vida a uma ave fênix.
Paz!
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