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Florence Nightingale – a Medicina a Favor dos Pobres

Por: Camila Arvoredo

Revoltada pela negligência que levou à morte de um mendigo, Florence
abandona sua rica família para cuidar de enfermos.
Fonte: RelLifeStories
Antes do século XIX não existiam enfermeiras. Na realidade, desde que o patriarcado assumiu o comando há milênios atrás, a medicina e os cuidados, antes atribuídos às sacerdotisas adoradoras da Deusa Mãe, passaram a ser atributos apenas dos homens. À mulher, foi dado o papel de esposa, dona do lar e mãe e não havia mais possibilidades de qualquer outro tipo de função.

Isto é algo que parece óbvio, visto os problemas que a nossa sociedade ocidental ainda possui com relação ao sexismo, porém também existe certo senso comum a respeito da enfermagem como uma profissão literalmente feminina, tanto é que até hoje o número de mulheres que se torna enfermeira ou auxiliar de enfermagem ultrapassa de longe o número de homens. Mas nem sempre foi assim!
Muitos querem fama e reconhecimento, mas para as enfermeiras
voluntárias de Nighingale salvar vidas bastava, mesmo que depois
fossem esquecidas pelo tempo.
Fonte: ÊPortuguese
Um pouco antes do início do século XX, uma jovem oriunda de família aristocrata resolveu se rebelar contra sua família. Ao invés de se casar, como era o costume para as mulheres de sua classe social, Florence Nighingale resolveu deixar a riqueza para cuidar dos pobres enfermos, principalmente provindos da guerra. Em sua época, a enfermagem já era realizada por mulheres, mas não do mesmo modo que a conhecemos hoje: mulheres pobres, na sua maioria cozinheiras e prostitutas, eram, em sua maioria, obrigadas pela lei a ajudar os médicos em período de guerra – algumas vezes por alguns trocados e outras vezes como castigo, por infringir a lei.

Muitas mulheres abandonam sua vida de conforto pela humanidade, assim
como fez Florence Nightingale. Fonte: Orionitas
Florence, apesar do status que este tipo de voluntariado apresentava, não só abandonou a família, como desenvolveu toda a enfermagem como a conhecemos hoje. Primeiramente, ela passou a utilizar-se dos conhecimentos de biomedicina para tratar os enfermos, algo que nunca tinha sido feito na época; além disso, ela contribuiu para o campo da estatística, ao utilizar pela primeira vez, gráficos setoriais para representar informações visualmente; por fim, ela tornou-se uma das grandes heroínas da Inglaterra do período vitoriano, pois se voluntariou, juntamente com 38 enfermeiras treinadas por ela, para servir junto à Guerra da Criméia, auxiliando todos os tipos de feridos, sem se importar com classe social.
Ao voltar, foi reconhecida por seu feito e mais tarde fundou a primeira escola de enfermagem existente no mundo, hoje parte do King’s College of London.

O exemplo de Florence nos faz refletir sobre a corrupção da
medicina atual. Muitos entram para a área da saúde por
status e dinheiro, mas este não deve ser o objetivo
da medicina. Fonte: Pauliceia do Jazz
A história de Florence nos inspira a pensar não só sobre a importância de muitas mulheres na história humana, mas também do papel que a enfermagem tem hoje junto à medicina. Apesar de ser menos considerada, são principalmente as enfermeiras que estão ao lado dos pacientes, dando-lhes as mãos e acalmando-os em momentos de pânico; muitas fazem amizade com os enfermos e os auxiliam no processo de recuperação e até na passagem para a morte. A enfermagem, pode-se dizer assim deveria ser vista como um exemplo a ser seguido hoje pela medicina e não o contrário, já que a primeira não só deixou seu lado humanitário, se é que o teve, como foi corrompida pelo setor financeiro. Quando internados não são os médicos que nos ajudam e que estão ao nosso lado, mas sim todas aquelas auxiliares, aquelas faxineiras e enfermeiras que mais do que administrar um remédio, agem, muitas vezes, como seres humanos.

Muitos médicos fogem à regra e juntam-se ao esforço
humanitário, mas infelizmente a maioria escolhe a
medicina pelo status e riqueza que ela prestigia.
Fonte: RFI
Claro que existem muitos exemplos de médicos que agem humanitariamente, mas infelizmente isso ainda é raridade. Sendo assim, deveríamos refletir mais sobre a vida de Florence e também sobre o caráter humanitário de sua luta pelo desenvolvimento dos cuidados aos enfermos. Florence não só transformou a enfermagem em uma profissão, mas reiterou seu caráter humanitário, o qual deveria ser regra e não exceção na área da saúde.
Esperemos que um dia a medicina e todas as outras áreas médicas não sejam vistas apenas como sinônimo de alavanca social e de riqueza, mas sim como uma profissão que enobrece o ser humano, justamente por elevá-lo à condição de compaixão por qualquer ser humano em estado de necessidade, seja ele um príncipe ou um mendigo, uma rainha, ou uma prostituta.


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