Estamos Destruindo o Planeta – O Mito do Plástico necessário
Por: Camila Arvoredo
Estamos destruindo o planeta. O exterior do que fazemos a nós mesmos reflete também, o nosso interior. Fonte: São José dos Campos |
O atol de Midway, localizado no Sul do Pacífico, aponta para
a imagem de nosso futuro, de maneira aterradora: seus habitantes estão morrendo
pelo acúmulo de plásticos em seu organismo. São aves, que não estão adaptadas a
ponto de discernirem um plástico de um alimento e sendo assim, os comem,
morrendo depois. É uma dura realidade, que expressa bem o que estamos fazendo
com o planeta, com nossa casa e, no final, com a nossa própria sobrevivência (veja trailer abaixo).
Mas, não é só Midway! Conhecida como ilhas de lixo dos oceanos, amontoados de plásticos do tamanho do estado de São Paulo, mais
Minas Gerais juntos, circulam pelas águas do Pacífico, Atlântico e Índico, sendo produzidas pelas correntes
marítimas que acabam levando todo o lixo jogado por nós, no oceano, para determinada região de confluência de correntes.
Por fim, cito ainda, todo o lixo que os países desenvolvidos exportam
para a África, pois seus lixões já não comportam mais o lixo que produzem. A
pergunta que fica sem resposta é: e quando a África não suportar mais o lixo? E
quando a Terra não suportar mais a nossa existência?
Este é o tamanho atual da ilha de lixo de plástico do Atlântico. Fonte: Preservaar |
Não é uma questão apenas de sobrevivência! Imagino que este
seja o argumento mais convincente para as mentes egoístas que não se convencem
de que mudar seus hábitos é necessário pelo simples respeito à vida! Acho que
mais do que sobrevivência do nosso corpo físico, temos que almejar um modo de
ser e de viver que não seja baseado na inconseqüência, na vaidade, no
imediatismo e no desrespeito ao milagre que, ateus ou crentes, concordam que é
a vida.
Sempre existe uma escolha e nós podemos escolher pela reflexão e mudança de nossos hábitos. Fonte: Gaia |
Sem mais, eu deixo aqui algumas idéias que podem ajudar cada
pessoa preocupada em ajudar a si mesma e ao planeta, a fazer a diferença. Eu
não acho que uma pessoa vá mudar o mundo! Mas eu acho que somente a idéia de
mudarmos a si mesmos, já diminui um grão de areia da violência que emanamos
para a Terra. Hoje, somos apenas alguns, talvez, no futuro, sejamos mil, ou
talvez nada, mas se apenas conseguirmos salvar uma ave, um animal, um ser humano
ou mesmo nós mesmos da miséria física e espiritual de nossos tempos, todo nosso
esforço terá valido a pena!
O que fazer?
Eu sempre dou dicas, aqui no blog, sobre como fazer alguma
coisa pelo ambiente ou por si mesmo! Vale à pena dar uma lida na sessão “Hábitos que mudam o mundo”, mas além disso, eu gostaria de deixar alguns apontamentos, os quais
poderão virar novos temas de posts posteriormente:
O plástico
Composteiras diminuem muito a quantidade de plástico gerada pelas sacolinhas. Fonte: meu mundo sustentável |
Já falei sobe o mito das sacolinhas (veja
"polêmica das sacolinhas e o mito do lixo") e como a proibição
de seu oferecimento, pelos supermercados, era apenas jogo de marketing. Apesar
disso, não há como negar que a maior parte do lixo dos oceanos é
constituído por sacolinhas. No Brasil, a coleta seletiva nos força a utilizar
sacos para acomodar o lixo, então, existe apenas duas soluções para o problema:
diminuir o lixo e, portanto passar a usar menos sacolas ou sacos, e parar de
pegar qualquer sacola que não vá servir para a deposição do lixo.
Geralmente, as sacolinhas são usadas para depositar o lixo,
mas convenhamos que o maior volume depositado provém do lixo orgânico. Este
lixo, de fato, não é lixo, mas apenas dejeto orgânico que pode ser reciclado em
casa mesmo (também vale para apartamento), por meio de uma composteira. Não é
difícil fazer uma e já existem composteiras à venda, para quem não deseja
fazê-la. O resto do lixo é constituído por embalagens. Neste caso, pegue menos
embalagem! Mas como? Passe a comprar à granel, em empórios especializados!
Evite produtos industrializados, que, além de fazerem mal para a saúde, ainda
contêm muita embalagem. Por fim, evite pegar saquinhos para frutas e legumes, comumente
encontrados em feiras e supermercados. Esses saquinhos não servem para nada!
São pequenos demais para acomodar o lixo. Eu costumo usá-los para guardar os
alimentos na geladeira, mas esses podem ser substituídos por caixas de plástico
PVC, que podem ser utilizadas por muito tempo.
Vamos então resumir o que podemos fazer:
Todos juntos somos fortes, como diria Chico Buarque! Fonte: Portalmie |
Diminua a quantidade de lixo:
- comprando ou criando uma composteira em sua casa ou
apartamento.
- comprando produtos com menos embalagens
- visitando empórios e comprando mais à granel (leve seus
próprios saquinhos para colocar os grãos ou outros alimentos e reutilize-os até
quando der)
- evite industrializados e dê preferência a produtos
frescos, com menos embalagens e mais saudáveis
- não pegue saquinhos que não vão servir para a reutilização
como saco de lixo. Leve sacolas reutilizáveis para acomodar os vegetais, quando
for à feira e guarde-os em caixotes de PVC, dentro da geladeira. Eles podem
durar mais de dez anos, se bem cuidados. Por fim, não pegue sacolas de
shopping! Estas vão geralmente para o lixo, sem ter serventia para a
reutilização. Leve uma sacola reutilizável, separada somente para roupas.
- Substitua materiais de plástico por outros tipos de
materiais, como, por exemplo, buchas de lavar louça por buchas vegetais,
totalmente biodegradáveis (veja "Lavando a louça de cada dia"), use absorventes de pano ou coletores
menstruais, ao invés dos descartáveis (veja "Ecoativismo e o monstro menstrual") substitua tapeweares de plástico
por aqueles de vidro (mais saudáveis, inclusive, veja "Um cafezinho nem tão inocente"), use fraldas de pano, ao
invés de fraldas descartáveis (post da próxima semana). Existem ainda mil
coisas que não me vêm na imaginação e poderiam ser substituídas! Pense nelas e
troque-as, se possível!
Usar lixeiras maiores economizam plástico. Fonte: Metalplan |
Por fim, feito tudo isso, passe a utilizar lixões de
plástico, ao invés de pequenos lixos, pois estes lixões comportam, geralmente,
sacos de 100 litros .
O volume de plástico de um saco de 100 litros é menor do que a quantidade de
plástico das sacolinhas que você utilizaria para comportar a mesma quantidade
de embalagens. Lembre-se de que o lixo não terá mau cheiro, visto que a matéria
orgânica está indo para a composteira. Para diminuir ainda mais o cheiro, as
embalagens podem ser enxaguadas com água de reuso ou água da chuva, coletada
com um balde (no caso de apartamentos) ou bombonas.
Mudança muito radical? Não precisa fazer tudo de uma vez!
Faça o que puder e, aos poucos, vá mudando seus hábitos!
Tem alguma coisa de errado com nossos valores sobre o que é qualidade de vida. Fonte: Abetran |
Por fim, esqueça aquela idéia de que não tem problema se
reciclar. No Brasil, boa parte do plástico não é reciclada, mesmo que vá para a
coleta seletiva. Somente aquilo que dá dinheiro é coletado pelas cooperativas.
O que não dá, não interessa! Assim, a reciclagem constitui-se também, como um
mito! O que devemos fazer é tornarmo-nos cada vez menos consumistas! Será que
precisamos de tudo que temos mesmo? Será que todo esse conforto não é uma
ilusão?
Queremos tanto tudo isso! Os bens materiais, este falso
conforto, e, no fundo, nos esquecemos, que nosso Ser almeja sempre estar ao
lado do vento, da água e do Sol, calmo, que nos alegra e que, infelizmente, está
longe, destruído há muito tempo pelas grandes metrópoles do consumismo
desenfreado.
Paz!
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