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A Ciência Pela Meditação – Como a Ciência Está Provando Os Benefícios Da Meditação Para a Saúde e a Inteligência

Por: Camila do Arco-Íris

Monge se voluntaria para experimento de eletroencefalograma, durante
meditação. Fonte: Phylli
Acredito que seja importante que os cientistas tenham começado a se interessar por métodos de meditação e a entender os seus benefícios para indivíduos saudáveis, mas também para pacientes; isso porque a meditação infelizmente esteve associada a dogmas religiosos durante muito tempo e as pessoas, muitas vezes, torcem o nariz para o tema simplesmente pelo fato de haver um forte preconceito e receio para com as instituições religiosas. De fato, a meditação esteve associada a diversas escolas budistas, hinduístas e sikhs na Índia e Ásia ou correntes gnósticas cristãs no Ocidente, até porque o objetivo último da meditação é a expansão da consciência ou iluminação do ser. Neste último caso, a ciência não deveria dar palpites porque Deus ou a inteligência cósmica, como outros gostam de chamar, está fora do escopo científico, além de que o paradigma científico atual é materialista e toda e qualquer forma de expressão que vá além da matéria passa a ser desconsiderada ou ignorada pelo meio acadêmico.

A meditação diária não só ativa, como aumenta o uso de determinadas
áreas encefálicas, relacionadas à empatia e atenção.
Fonte: MeditaçãoComCiência
Apesar disso, a ciência ainda sim se interessou pela meditação, isso porque ela é apenas uma das peças do grande quebra-cabeça de ações que levariam à iluminação, sendo, no caso, a técnica usada para alcançá-la. De acordo com o mestre Paramahansa Iogananda, em seu livro, “O romance com Deus – parte 2” nos seis principais sistemas da fiosofia hindu, o Sankhya expõe o porquê da religião, o Vedanta descreve o fim a ser alcançado e a Ioga fornece o método para isso. A ioga apresenta métodos meditativos e como treinar a mente e o corpo para o despertar a consciência e é somente neste caso que a ciência pode focar seus estudos.

Sai do escopo da ciência a discussão sobre meditação
e iluminação, o que não invalida o debate em
outras áreas do conhecimento.
Fonte: BeautyEstética
Até aí, este poderia ser um texto comum sobre ioga ou meditação, falando sobre os seus benefícios espirituais e físicos etc, porém a ciência, tendo se interessando pela técnica, passou a fazer testes cognitivos diversos em monges experientes ou até em iniciantes, mostrando que, se a ioga não leva à iluminação (fora do escopo científico, como dissemos), ela, ao menos aumenta diversas capacidades cognitivas e auxilia na cura e na diminuição dos sintomas de algumas doenças.
Assim, um estudo publicado na Neuroreport, de Lazar et al. (2005) mediu a espessura do córtex cerebral de 20 voluntários não monges, com experiência média de 9 anos de meditação diária, e reportaram que áreas específicas do córtex, relacionadas à atenção e à percepção corporal e sensorial estavam aumentadas. Além disso, eles notaram uma diminuição da diferença entre a espessura cortical de voluntários mais jovens e mais velhos no grupo de meditação, indicando que a técnica diminui os efeitos de envelhecimento no sistema nervoso, já que conforme envelhecemos a massa encefálica tende a diminuir.

Muitas técnicas estão sendo empregadas para avaliar os benefícios da
meditação no sistema nervosos e imunológico de monges budistas.
Fonte: DauphinVolant
Outro estudo de Davidson et al. (2003) realizou um programa de treinamento de meditação de mente vazia em voluntários inexperientes por oito semanas e injetou, após o período, uma vacina contra o vírus da gripe Influenza. Os pesquisadores, não só descobriram que após 4 meses de treino o grupo meditativo apresentava mudanças no padrão de ondas corticais relacionadas ao bom humor, mas notaram que a resposta imunológica à vacina foi significativamente maior nestes indivíduos, mostrando que a meditação auxilia o sistema imunológico.

O campo de estudo de estados meditativos é interdisciplinar e compõe
pesquisadores de ciência, filosofia e teologia. Fonte: Simsresearch
Além deste estudo, outras formas de meditação se mostraram eficientes: no estudo de Lutz et al. (2008) um grupo de iniciantes foi comparado com um grupo experiente em meditação da compaixão. Os pesquisadores perceberam que o grupo experiente mostrou maior atividade cerebral em regiões relacionadas a empatia e a emoções em geral. Por fim, um estudo bastante interessante mostra a relação da meditação de mente vazia com a diminuição de processos inflamatórios. A pesquisa de Kaliman et al. (2014) mostra que, em comparação com meditadores inexperientes, meditadores experientes mostraram uma redução significativa na expressão de genes relacionados a processos inflamatórios, o que abre um novo campo de pesquisa sobre a possibilidade de uso da meditação como terapia contra doenças que desencadeiam processos inflamatórios.

Alguns estudos utilizam ressonância magnética, enquanto os monges
meditam nas máquinas. Fonte: BBC
Aliás, quanto a estudos envolvendo patologias, Gaylord et al. (2011) demonstraram que a meditação de mente vazia é eficiente no tratamento da síndrome do cólon irritável em mulheres e John et al. (2007) mostraram que a prática de ioga regular alivia e diminui a frequência de enxaqueca sem aura. Por fim, Newberg et al. (2010) demonstraram que a prática meditativa por oito semanas aumenta a pontuação em testes psicológicos mnemônicos em pacientes com perda de memória e Schneider et al. (2009) mostraram diminuição da pressão arterial e dos níveis de estresse em pacientes com pressão alta.

Meditar é uma técnica que pode ajudar às pessoas a desenvolverem
empatia pelo próximo e menos violência. Na foto "Se cada criança de
oito anos do mundo fosse ensinada a meditar, nós eliminaríamos a violência
do mundo em uma geração", Dalai Lama. Fonte: Uplifd
Assim, depois de todos estes estudos e todos os outros que você poderia procurar no "Google Acadêmico", é impossível não considerar que a prática meditativa é de fato uma técnica eficaz para diminuir o estresse, melhorar a saúde e aumentar determinadas capacidades cognitivas, dependendo do tipo de técnica empregada. De fato, se esta prática leva ou não a uma expansão da consciência e à iluminação, esta é uma discussão que deixaremos para o campo filosófico e místico, o que, porém, não invalida os achados científicos mostrando seus benefícios para o bem-estar humano. Eu, particularmente, que faço meditação há algum tempo, notei mudanças importantes na minha concentração e algumas sensações que costumo sentir quando meditando. Acredito, aliás, que algumas dúvidas existências ficaram mais claras e obtive muitas respostas com isso. Apesar disso, acredito que mesmo se tivesse alcançado a consciência absoluta, seria difícil descrever este novo estado em um texto, assim como uma árvore não se faz entender a um humano.

É possível meditar em qualquer lugar e começar a praticar sozinho, seguindo
apenas instruções simples de silêncio interior e exercícios respiratórios.
Fonte: BoaForma
De qualquer maneira, para céticos ou místicos ou mesmo para quem não pensou no assunto, a meditação é uma técnica importante para a humanidade e sua saúde e imagino que, no futuro, ela seja amplamente usada como terapia médica. Vamos esperar que a ganância humana não inicie uma guerra das indústrias farmacêuticas contra esta prática, já que ela é gratuita e simples de aprender, não dando lucros a ninguém.
Apesar disso e enquanto este dia não vem, aproveite para começar a meditar em casa, por cinco ou dez minutos, aumentando gradualmente à medida que se sente segura(o)! A meditação é uma técnica simples em se pode sentar (numa cadeira ou no chão) em um local confortável e silencioso, focando-se em algum ponto ou no vazio e prestando atenção na respiração. Outras técnicas podem ser empregadas com o tempo também, dependendo do objetivo, como a meditação da compaixão ou a meditação do terceiro olho, enfim.
Desejo a vocês uma boa prática e pelo menos uma pequena expansão da consciência, mesmo que esta esteja relacionada ao fim dos preconceitos contra este importante ensinamento, que infelizmente ficou esquecido por muitas gerações.

Paz!

Um pouco mais sobre meditação, ciência e meu caminho espiritual se encontra aqui: "Os mistérios do universo em suas mãos - Uma reflexão sobre nossas escolhas"

Referências

DAVIDSON, R. J.; KABAT-ZINN, J.; SCHUMACHER, J.; ROSENKRANZ, M.; MULLER, D.; SANTORELLI, S. F.; URBANOWSKI, F.; Harrington, a.; bonus, k.; Sheridan, j. f. Alterations in brain and immune system produced by mindfulness meditation, 65, 564-70, Psychosomatic Medicine, 2003;
GAYLORD, S. A.; PALSSON, O. S.; GARLAND, E. L.; FAUROT, K. R.; COBLE, R. S.; MANN, J. D.; FREY, W.; LENIEK, K.; WHITEHEAD W. E. Mindfulness Training reduces the severity of irritable bowel syndrome in women: results of a ramdomized controlled trial, The American Journal of Gastroenterology, 106, 1678-88, 2011;
JOHN, P.; SHARMA, N.; SHARMA, C. M.; KANKANE, A. Effectiveness of yoga therapy in the treatment of migraine without aura: a randomized controlled trial, Headache, 47(5), 654-61, 2007;
KALIMAN, P.; ALVAREZ-LOPES, M. J.; COSIN-THOMAS, M.; ROSENKRANZ, M. A.; LUTZ, A.; DAVIDSON, R. J. Rapid changes in histone deacetylases and inflammatory gene expression in expert meditation, Psychoneuropharmacology, 40, 96-107, 2014;
LAZAR, S. W.; KERR, C. E.; WASSERMAN, R. W.; GRAY J. R.; GREVE, D. N.; TREADWAY, M. T.; MCGARVEY, M.; QUINN, B. T.; DUSEK, J. A.; BENSON, H.; RAUCH S. L.; MOORE, C. I.; FISCHL, B. Meditation experience is associated with increased cortical thickness, Neuroreport, 28, 16(17), 1893-97, 2005;
LUTZ, A.; BREFCZYNSKI-LEWIS, J.; DAVIDSON, J. R. Regulation of the neural circuitry of emotion by compassion meditation: effects of meditative expertise, PlosOne, 26, 3(3), 2008;
NEWBERG, A.; WINTERING, N.; KHALSA, D. S.; ROGGENKAP, H.; WALDMANN, M. R. Meditation effects on cognitive function and cerebral blood flow in subjects with memory loss : a preliminary study, 20, 517-26, 2010;
SCHNEIDER, R.; NIDICH S.; KITCHEN, J. N.; KOTCHEN, T.; GRIM, C.; RAINFORTH, M.; KING, C. G.; SALERNO, J. Effects of stress reduction on clinical events in African Americans with coronary disease: a randomized controlled trial, Circulation, 120: 5461, 2009;


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