[RECEITAS VEGANAS][bleft]

Por Que Os Animais Não Têm Direitos?



Não é por falta de conhecimento de sabermos que eles sofrem. As causas
envolvem uma doença terrível que enfrenta nossa sociedade.
Fonte: VegetarianismoVeganismo
Toda vez que vou ao supermercado me coloco a seguinte questão: por que os animais não têm direitos? É estranho chegar ao caixa e ver meus companheiros de fila cercados por bandejas de carne, com sangue pingando. Para mim, não faz o menor sentido comer um animal. É estranho imaginar alguém gostando de chupar o sangue, mastigar o músculo, lamber os beiços diante de uma criatura morta sob terríveis circunstâncias. Na realidade, acredito que sempre existam pessoas que não saibam sobre o que acontece, mas para a minha surpresa, depois de anos de vegetarianismo e quase um de veganismo, vejo que a maioria sabe, mas não sente.
Nós somos ensinados a sermos violentos e
em um determinado momento, não sentimos
mais a dor do animal. Fonte: Ideias de Milene

Aliás, mesmo que os animais não fossem torturados como são, só o próprio ato de matar sem necessidade já é estranho para mim, afinal, sabemos que não há necessidade de se comer carne.
Mas, tudo bem! Vivemos em um mundo em que as pessoas fazem tantas atrocidades com outros seres humanos, que fazer com os animais seria até mais comum, mas por que, afinal, as pessoas não sentem compaixão?
Esta pergunta talvez me assombrará por toda a minha existência. Eu nem sempre tive tanto amor quanto tenho pelos animais hoje e acho que esta minha vida atual me ajudou a aumentar ainda mais a minha sensibilidade, mas imagino que todas as crianças nasçam com algum tipo de sensibilidade para com outras formas de vida! Toda vez que observo uma criança vendo um animal, eu vejo um sorriso, uma curiosidade alegre. Isso pode se ver principalmente junto aos menores de três e quatro anos. Quando começam a crescer isso começa a desaparecer. Pode ser a educação violenta que temos, provinda de nossos próprios pais e instituições. 

Nós nos consideramos os mais sábios, mas até agora, matamos,
estupramos e não entendemos nada de compaixão.
Fonte: FernandaFranca
Apesar deles nem se darem conta, as gritarias, os xingamentos muito comuns e a pressão para se tornar mais competitivo vão acabando com a nossa humanidade. Por incrível que pareça, quando nossos pais nos pressionam para sermos mais inteligentes do que nossos colegas, mais bonitos, mais atletas, mais ricos, isso vai acabando com a gente e não culpo os pais, claro, pois isso é algo que se vai passando de geração a geração.
Mas, o problema, evidentemente, não é quem é culpado, mas como acabar com este ciclo vicioso e acho que para acabar com isso, a educação da compaixão é algo que vale a pena ser apreciada com seriedade! Sei que não é tão simples, pois todos nós estamos dormindo e mal nos concentramos em aumentar o amor em nós mesmos, mas talvez uma maneira de fazer isso, e depois passar para os outros, é através da compaixão que podemos desenvolver pelos animais.

Não são os argumentos racionais que justificam a morte dos animais,
mas a falta de compaixão e respeito pela vida. Fonte: SSapo
No fundo, os animais não têm direitos porque não sentimos nada por eles e nem pelos humanos que pagamos para torturá-los e assassiná-los, por isso o mais importante é fazer com que passemos a sentir amor por eles. Às vezes eu vejo muitos vegetarianos e vegetarianos estritos mudando a alimentação pela saúde, alguns pelo meio-ambiente, mas é quase raro ver aqueles que o fazem pelos animais. Tirando o veganismo, que é um movimento político, que não só envolve a alimentação, mas o boicote generalizado à violência animal - o que faz dele, portanto, um movimento de mudança de consciência - é raro encontrar quem se importe com os animais.

Algo está muito errado quando chegamos ao ponto de criarmos uma
indústria de confecção de carne de bebês de vaca.
Fonte: PEA
Isso é sério! Isso é muito sério quando consideramos que existe uma minoria da minoria que se importa com o destino das outras criaturas que habitam o planeta! Não falo só dos animais, mas de todos os seres vivos! Falo das plantas, dos fungos, das bactérias, dos seres vivos em rede, formando os ecossistemas marítimos e terrestres. Nós humanos realmente não nos importamos com nada a não ser com o nosso próprio umbigo e imagino que esta é a maior razão para estarmos indo para o poço muito em breve.
Claro que, como seres materiais, precisamos comer, mas quando agimos com compaixão, agimos também com consciência sobre o que comemos e usamos métodos de alimentação e consumo que danifiquem e causem o mínimo de dor aos nossos vizinhos; é triste, entretanto, que até agora 99,9% da população não o faça.

No budismo todas as criaturas são veneradas como aspectos de Deus.
Fonte: Budismo
Explicar a falta de compaixão humana é difícil! Eu poderia explicá-la pela educação violenta de nossa sociedade, mas a própria má educação é causada pela violência! De qualquer jeito, é importante começar a mudar desde já e acho que a maneira mais poderosa de fazê-lo é através de nós mesmos.
Aos treze anos li um livro budista chamado “Os três pilares do Zen”. Eu comecei a me interessar pelo Oriente muito antes, assistindo aos Cavaleiros do Zodíaco, Anime que sou fascinada até hoje. 

Também no Ocidente, muitos mestres tentaram nos passar
ensinamentos sobre os direitos dos animais à vida.
Fonte: MausTratosAnimaisDenuncia
Foi a partir desse interesse que quis saber mais sobre budismo e, ao ler o livro, descobri a filosofia budista de compaixão por todas as criaturas vivas. Como um simples livro me mudou, não sei, mas sei que a partir daquele momento, comecei a perceber que algo estava errado em meu comportamento. Eu me tornei vegetariana, apesar das vozes contrárias, e depois da internet, lendo mais e mais, percebi que parar de comer carne não bastava, eu tinha que parar de comer queijo. O queijo é um alimento extremamente violento. Para fazê-lo não só é necessário engravidar a vaca artificialmente, separar os bebês para que não mamem “nosso leite” e torturar a vaca por bombas, para produzir o leite; para fazer o queijo é necessária uma enzima retirada do estômago dos bebês machos desmamados, para que o leite coagule. Neste processo tortura-se a mãe, as bebês fêmeas e mata-se o bebê macho.

Não poderíamos tentar ir além de nossa
natureza animal, ao invés de querer voltar para
 ela? Na foto: Deixa eu entender bem...
Fonte: Evolução em foco
A internet não só me ajudou a ir além no vegetarianismo, como me fez entender, mais para frente, que leite, ovos, mel, carmim, couro, lã e muitos outros matam, torturam e aumentam a violência no mundo, sendo responsáveis, inclusive, pela morte de muitos seres humanos. Tornei-me vegana.
Conto a minha história para vocês porque talvez ela seja uma pista para que vocês também possam criar as suas. Cada vegano tem uma história que o ajudou a aumentar ainda mais a sua compaixão pela vida. Atualmente, quando ando nas ruas, tudo é vivo para mim! Sinto amor por todas as criaturas e mesmo por baratas, pombos e outros animais tão detestados. E por que não amar a todos? Eu acredito que em algumas situações de sobrevivência, a situação é diferente. Se um leão ataca, não há saída a não ser se defender, mas, na maioria das vezes, nós matamos os animais como se a vida não valesse nada! Até que ponto estes atos de violência não aumentam milímetros de violência contra os próprios seres humanos? Qual a diferença, afinal, de uma vida humana e de uma vida animal?

É fácil encontrar argumentos anti-vegs na
internet, bem como sua falta de nexo. Fonte: Milton Ribeiro
Alguns dizem que humanos são mais inteligentes e por isso têm mais valor, mas até aí, chimpanzés, tão torturados em laboratórios, têm inteligência similar a um bebê humano. Se a justificativa fosse inteligência, eu diria que torturar bebês, então, também seria válido!
Mas, outros dirão que o argumento ainda é válido porque se trata de nossa própria espécie. Mas quando matamos um animal sem necessidade, não mudamos o ecossistema e não o estragamos a ponto de nossa própria espécie ter problemas para sobreviver? Sim, porque a quantidade de carne que comemos está sim acabando com nossa própria espécie através da degradação ambiental. Assim, é fácil ver que a degradação ambiental, que causamos só para matar animais, também mate milhões de bebês e adultos todos os anos, só que indiretamente.
No fim, não acho que exista uma justificativa racional para a falta de compaixão e para se comer carne. Acredito que muitos carnívoros tenham lá seus argumentos “lógicos”, como o fato de “ser natural”, ou de que “precisamos comer para sobreviver” e há até aqueles que admitem serem assassinos, mas não melhores que vegetarianos, já que matamos a famosa alface.

As vacas transgênicas, desenhadas para produzir mais carne por animal
morto mostram bem o nível de psicopatia a que nossa sociedade chegou.
Fonte: imunicipios
Todos estes argumentos não têm bases sólidas e há milhares de textos na internet e em revistas e mesmo em artigos científicos, mostrando que nenhum deles condiz com a realidade. Por isso, acredito que matar ou não matar não tenha uma base racional, mas emotiva. Acredito que tudo seja falta ou sobra de compaixão.
Assim, os animais não têm direitos porque não temos compaixão por eles. Se os vemos sofrer, por sinais óbvios como lágrimas e gritos, não sentimos nada. Nossa sociedade, no fundo, sofre de uma psicopatia muito peculiar: a psicopatia voltada à vida. Digo à vida, porque ela não vale somente para os não humanos. De fato, somos tão centrados em nosso próprio umbigo que nem a morte de outros humanos nos afeta muito e continuamos a agir de maneiras que os matam e que os fazem sofrer indiretamente.

Com reflexão e muita força de vontade, chegaremos lá!
Fonte: Diário do Escriba
Para curar a psicopatia não há drogas que o faça, mas sim muita reflexão e disciplina. Primeiramente, acredito que exista níveis e que alguns consigam perceber que algo está errado, podendo mudar a si mesmos. Em alguns casos, é preciso ajudar! E vamos ajudar quando for o tempo. De resto, acho que o melhor exercício é estar presente em seu dia a dia e observar seus próprios pensamentos e ações. Reflita o porquê de odiar um pombo quando ele chega perto de você na rua. Reflita o porquê de comer baby beef, quando você sabe que está comendo um bebê; reflita quando for ao supermercado e salivar ao ver corpos pendurados, envoltos de sangue; reflita ao beber leite de outra fêmea e separar o seu bebê, somente para degustar algo que te impuseram somente por cultura.
Enfim, talvez o exercício de reflexão ajude você a aumentar seu amor pelas outras criaturas. Eu acredito que todos possam e acredito que um dia todos acharão nossos ancestrais estranhos, por torturarem, matarem e piorarem a qualidade de vida dos humanos e outros seres, apenas para sentir alguns impulsos elétricos de prazer, ligados à degustação.

Paz!

Autora: Camila Arvoredo


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