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Os Mistérios Do Universo Em Suas Mãos – Uma Reflexão Sobre Nossas Escolhas



Os mistérios poderão ser encontrados por outras vias
além da ciência?. Fonte: Caos no sistema
Este não é um blog de auto-ajuda, mas quando a inspiração vem, os dedos começam a mexer insistentemente procurando o teclado. É verdade que é clichê dizer que a vida não pode ser planejada, mas muitas vezes nós fazemos de tudo para que ela saia perfeitamente como organizamos. Há algum tempo eu era assim e recentemente encontrei um caderno com anotações em estilo “diário” e que fazia apontamentos sobre meus pensamentos. Surpreendentemente, eu era uma pessoa extremamente materialista e cética. “É estranho - eu pensei - como as memórias se esvaem pelo tempo!” Eu não me lembrava deste lado tão materialista e que negava totalmente a espiritualidade. Quando li sobre o que eu era, percebi em mim uma mudança extraordinária, em que uma nova pessoa habitava.

Médiuns são esquizóides ou conseguem perceber o que
a maioria não percebe? Fonte: EspiritualidadeCiência
Passei por muitos sofrimentos em minha vida, mas quem não passou? Sei que desde pequena passava por experiências em que via vultos, em que ouvia vozes, em que tinha sonhos vívidos. Para mim, era normal admitir a existência da outra vida, mas uma conversa simples com um pesquisador materialista fez eu mudar meus pensamentos. No começo de 2007, ao começar a minha jornada pelas neurociências (minha profissão), descobri a possibilidade de que tudo que tinha experimentado não passava de uma modificação em meu encéfalo; uma espécie de anormalidade que gerava surtos de tipo esquizofrênico. No caso, a esquizofrenia é uma doença psiquiátrica em que o indivíduo vê, ouve, toca uma realidade inexistente. A experiência é tão real, que a realidade do esquizofrênico se modifica, fazendo com que ele tenha problemas para adaptar-se a realidade comum à maioria. Além da esquizofrenia, existem sintomas mais leves que podem ser considerados de tipo esquizofrênico, mas que não são tão fortes a ponto de causarem danos na saúde e na vida da pessoa. Tipos esquizóides são aquelas pessoas que dizem ver ou ouvir coisas ou que não se enquadram no padrão típico e mediano da população em geral. Um exemplo são os médiuns.

Podemos estar ignorando uma realidade apenas porque
não conseguimos concebê-la. Fonte: Baldocas65
Quando fiquei sabendo da possibilidade de que tudo que passei em minha vida inteira ser alucinante ou uma modificação cerebral, algo mudou em minha vida e foi aí que passei por um incrível momento de ceticismo. Cheguei ao cúmulo de freqüentar eventos da comunidade cética, mas como a vida é uma caixinha de surpresas, não seria surpreendente que algo viesse a acontecer!
O materialismo, pelo qual me apoiei, não é algo científico, mas uma teoria filosófica que embasa o pensamento científico. Esta é uma discussão que nunca se encerra, mas é fato de que para fazer ciência é preciso escolher alguns postulados para se embasar e estes não são provados cientificamente. Não há problema em embasar a escolha de fenômenos, o desenvolvimento de uma tese que explique estes fenômenos, a criação de experimentos para testar a tese e a interpretação dos resultados do experimento - em relação ao fenômeno e a tese - em um postulado filosófico.

Nem todas as pessoas apresentam as mesmas
percepções. Sinestésicos podem ouvir cores,
por exemplo, e interpretar a realidade de maneira
peculiar. Fonte: Todaunamalgama
O importante é conseguir prever, com a tese, eventos futuros que possam trazer benefícios pragmáticos (ou práticos) para o desenvolvimento humano. Quanto à real realidade, esta fica aquém do poder da ciência, podendo ela apenas tocar parte desta realidade pelas próprias previsões que faz. Ademais, a interpretação desta é influenciada por tantos fatores que esta fica distante da verdade absoluta. Uma dessas influências é nosso cérebro que é fruto da seleção natural e não pode ir além daquilo que foi selecionado; o cientista se baseia neste cérebro para interpretar. Ou seja, nossa interpretação sempre será enviesada e somente podemos supor que algo representa a realidade, quando podemos prever um fenômeno, usando um modelo que desenvolvemos pelo uso do método científico.
Assim, se eu faço previsões com um cérebro modificado e estas funcionam, mas interpreto tudo de maneira peculiar, simplesmente pelo fato de que minha percepção é diferenciada, como afirmar que eu estou errada e o outro está certo? Não dá!

A ciência mostra que a experiência acontece no cérebro, mas
não consegue provar que ela foi gerada por ele. Sendo assim,
adota-se um conceito filosófico materialista que embasa a
interpretação de que a experiência é gerada pela matéria
cerebral e não somente passa por ele.
Fonte:  Sementes e Tempestade.

É por isso que a ciência tem seu valor mais no pragmatismo (lado prático) do que na busca da verdade, pois é muito difícil saber qual verdade é mais verdadeira.
Agora vamos imaginar que exista um mundo de esquizóides que vejam espíritos e eventos que vão além do material. Neste caso, por que escolher um postulado materialista se eu posso me embasar no espiritualismo? Em nosso mundo, de fato, tudo não passa da famosa “ditadura da maioria”, pois escolhemos apostar no material porque a maioria vê assim. Aliás, alguns até o fazem por moda, pois atualmente é sinal de inteligência ser ateu.
Mesmo depois do ceticismo, eu continuei a ter as chamadas “alucinações”, mesmo que mais fracas do que em minha infância, e descobri, em uma experiência de quase morte, que pedia a Deus para me salvar. Tudo aquilo me ajudou a compreender que eu não era de fato uma ateia. Afinal, um verdadeiro ateu não pede ajuda ao infinito nem quando está para morrer!

A meditação nos permite modificar nossa percepção da realidade e
refletir sobre o que somos.
Fonte: WorldLifeExpectancy
Qual não foi minha surpresa quando descobri uma infinidade de treinamentos que ajudavam a controlar as experiências “X-men”! E mais: a compreender a realidade infinita que a sociedade nega, mas meu coração não negava!
A meditação é o caminho para a auto-experimentação. Ela não tem pré-requisitos e ajuda a todos, mesmo que o objetivo seja apenas se acalmar. O silêncio da mente me faz descobrir o que eu sou e me ajuda a compreender as experiências que tive ou até a controlar e melhorar sua qualidade.
Alguém pode me dizer que os exercícios estimulam certas áreas cerebrais e dão uma espécie de curto que faz com que eu veja uma ilusão ou que eu fortaleça uma região de Deus no cérebro, que foi selecionada naturalmente para ajudar os Homo sapiens a controlar o medo ou a substituir a figura materna/paterna na idade adulta. Pode ser! Existe sim uma chance, afinal, de que a concepção materialista esteja correta.

Muitos estudos já sugerem melhorias da qualidade de vida através da
meditação e modificações cerebrais importantes.
 Fonte: ScienceMediaCenter

Entretanto, existe a possibilidade que o enviesamento da seleção natural gerou uma maioria de sistemas nervosos incapazes de perceber o lado não materialista da realidade, pois somente a matéria era interessante para a sobrevivência e seleção sexual.
Em tudo isto, eu apenas concluo que apostar tão insistentemente em uma filosofia, apenas porque uma maioria corrupta denegriu a espiritualidade -  tendo feito das religiões uma das maiores armas de matar da história humana - é negar a existência de algo maravilhoso que está dormente dentro de nós.
Muitos experimentos já mostraram que meditar modifica sim a percepção do sujeito e seu padrão de ondas cerebrais. Ademais, esta modificação torna as pessoas mais felizes.

É possível que a prática de certos exercícios nos façam ver o que o cérebro
somente trabalhado na evolução não consiga fazer, sem esforço.
Fonte: TheMonkDude
Eu, por enquanto, mudei de opinião! Se antes eu era cética porque vivia em um meio cético, eu desconsiderei este lado para ir além de minhas possibilidades. Que a meditação funciona, ela funciona! Que ela me tornou uma pessoa melhor é fato! Que ela me fez e está me fazendo compreender alguns mistérios do universo, isso não posso negar! Por fim, talvez o materialismo esteja certo e eu apenas esteja alucinante, mas tenho certeza que não ficarei na dúvida por muito tempo! Assim que morrer, saberei se existe algo e se não existir nada, apenas acabará ali não só minha vida, como meu desejo de obter respostas.

A vida pode nos surpreender, mas não há maior surpresa do que nosso próprio poder de mudar.

Paz inverencial!

Autora: Camila Arvoredo

Conheça mais sobre a vida do homem mais feliz do mundo, segundo experimentos de neurociências. O monge Matthieu Richard. Clique aqui.
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